quinta-feira, 25 de setembro de 2008

TV: "A Favorita" promove redenção de atores


Em tempos de dificuldade de escalação de elenco na Globo, a direção da novela A Favorita teve que rebolar para dar conta do recado. O terreno era arriscado, pois não havia disponibilidade de atores fantásticos para os papéis de maior destaque. Quatro nomes da escalação eram arriscados: Cláudia Raia, Patricia Pilar, Ary Fontoura e Elisângela. Todos surpreenderam positivamente.

Ary vinha de uma série de papéis insosos em novelas de Walcir Carrasco. Até parecia que os convites surgiam por amizade com o autor, panelinha. Patricia Pillar só tinha feito com destaque, apesar de meio caricata, a sem-terra Luana Berdinazzi, de O Rei do Gado. com a virada de Flora para o posto de vilã, ela foi bem, mas não é para ser chamada de magistral. Claudia Raia costumava ser regular, em outras tramas, mas encontrou bom caminho de interpetação para Donatela. Criou bons trejeitos, modo de falar característico, sem soar teatral e exagerada. Por último, Elisângela, sempre vista em papéis sem importânica, vai bem como Cilene, dosando bem o sofriemnto da personagem, que tem importância no desfecho da trama.

João Emanuel, com competência e sorte na escolha do elenco vai bem, apesar dos índices não muito altos dos dois primeiros meses, e deve continuar escrevendo tramas para o hoário das 21h.

domingo, 21 de setembro de 2008

Sugestão de disco: Ed Motta - Chapter 9


Ed Motta acertou a mão (mais uma vez) no novo disco Chapter 9, o primeiro totalmente cantado em Inglês. Conseguiu formar um playlist sofisticado sem soar pedante ou chato. Desta vez, o cantor e multiinstrumentista, diexou de lado os solos vocais que o marcaram durante a careira, que completa 20 anos.

Em Chapter 9 há elementos de rock, soul, jazz, com arranjos caprichados e vocais sem o exagero comum à black music. Na primeira audição, a impressão é a de se ouvir um disco feito para ser trilha de um filme, tão bem encadeado é o repertório. Ed mostra que atingiu, de fato, a maturidade musical, justamente por se mostrar mais clean.

Logo no primeiro play, o álbum mostra a que veio com The Man From The Oldest Building e segue bem com a música mais legal do disco You're Supposed To ..., que tem cara de hit. Outros bons momentos nas faixas St. Christopher's Last Stand e a roqueira Tommy Boy's Big Mistake.


Comportamento: Vou dar um pulo ali no passado e já volto


As ondas retrôs certamente foram o que houve de mais marcante nesta dácada. No começo dos anos 2000 ainda havia resquícios do saudosismo dos anos 70. Mas o que pegou mesmo foi a década de 80. Quanto revival, quanta vontade de reviver aqueles tempos, mesmo para os que nasceram após ou só pegaram um pouquinho, ainda criança, daqueles anos. Vivemos nos últimos anos um boom do mercado do saudosismo, na música, na moda e , sobretudo em eventos, como festas oitentistas, que pipocaram país afora. Foi difícil ficar imune à influência da década "perdida". Perdida nada. Nem em um sentido nem em outro. Se aqueles tempos fossem pobres culturalmente, não haveria tanta água para bebermos até hoje daquela fonte. O período também não ficou empoeirado por muito tempo. Sacudiu-se o pó e boa parte do que lá existia retornou, com ares de diversão, sem maiores preocupações em parecer ridículo.
Como tudo se esgota, nota-se um cheirinho de anos 90 no ar. A próxima bola da vez são os anos marcados pelas boys bands, seriados enlatados e o prenúncio dos anos 2000, que no fim das contas não foram assim tão premeditáveis quanto se imaginava. Não demora e vão surgindo festas anos 90 e o relançamento de produtos da época. Os jogos super Mario Bross e Street Fighter já são queridinhos de muitos. A série Barrados no Baile vai ser refilmada, com parte o elenco original. Não demora e Backstreet Boys e Spice Girls passam a ser cult. Tudo isso como reflexo do revival desse tempo que há pouco se foi.
Quanto a reviver a década de 80, tudo bem, é compreensível. Mas quanto aos 90, fazem apenas oito anos que nos despedimos deles. O defunto mal esfriou e a festa está armada. A noção de saudosismo está cada vez mais imediatista. Fico imaginando como será daqui a algum tempo. Vão querer reviver períodos cada vez mais próximos e aí as décadas em curso acabam por ficar sem identidade, não é à toa que os anos 2000 já são chamados pelos mais apocalípticos de "a década que não existiu".