domingo, 12 de outubro de 2008

Série Persona Pop: Paulo Ricardo

Está criada série Persona Pop, aqui no Outra Linha. Trata-se de trechos de entrevistas feitas por mim, a maioria publicadas originalmente no Diário da Manhã. São trechos, não para fazer manipulação de idéias e sim por trazerem as perguntas e/ou respostas mais interessantes. O plus da série, para compensar o fato de serem republicações, são os comentários que antecedem as perguntas, onde falo sobre como foi o contato, se tudo aconteceu via e-mail ou telefone e as impressões que tive sobre o entrevistado.


A entrevista com Paulo Ricardo foi feita no intuito de compor uma matéria sobre show que ele fez em Goiânia no último dia 6 de setembro. Como o evento não teve assessoria de imprensa, comecei a batalha pelo site do cantor, que é bem pobre de informações. Liguei no escritório que o agencia e falei com a responsável por entrevistas. Fui informado que ele estava em viagem para os Estados Unidos, por isso a entrevista deveria ser feita por e-mail. Passei as peguntas (poucas) para o en dereço da assessora, que encaminharia a Paulo Ricardo. Dois dias depois as recebi respondidas. Ele foi curto e quase grosso. Respondeu muito burocraticamente. Se fosse para a Folha de São Paulo não seria assim, tenho certeza. A entrevista não rendeu um terço do que eu esperava e olhe que nem fui duro com ele nas perguntas. O resultado você vê abaixo.

Você já transitou pelo rock, romantismo, rock com elementos eletrônicos. Já foi acusado de não definir um estilo?
Já fui acusado sim mas parece que fui absolvido.
(Aí ele não diz sobre as tais acusações, bem monossilábico e superficial)

O RPM surgiu nos anos 80, que até hoje rende revival. Qual o lance dessa década (a de 80)?
São vários, a ruptura com o visual e a sonoridade hippie dos anos 70, a tecnologia, a alegria, no mundo a chegada da MTV. No Brasil o fim da ditatura, grandes bandas, canções marcantes, enfim,um verdadeiro cubo mágico de referências.
(Ufa! ao menos uma resposta minimamente aproveitável)

Há alguma chance de o RPM voltar aos palcos?
Sempre há uma chance, mas não há nada concreto no momento.
(Claro que sempre há uma chance. Tipo, sempre que o dinheiro falta)

A viagem aos EUA é por conta da gravação de um novo disco? O que pode adiantar sobre o novo trabalho?
São canções inéditas, com um parceiro americano, e todas em inglês, mas é um projeto para 2009/2010.
(Parece que ia tirar a mãe da forca. Quanta pressa!)

O que você tem ouvido ultimamente?
Vinícius, Radiohead e Seu Jorge.
(Como o contato foi via e-mail e respondido sem antecedência, tive que concluir que o tal Vinícius seja o de Moraes)

Sugestão de disco: Skank - Estandarte


O Skank quando não se mete a fazer mnúsica com a intenção de ser trilha de novela, vai muito bem. O novo disco, Estandarte é a prova disso. Enfim eles acertaram e abriram mão de fórmulas chatificantes e mercadológicas demais. Agora eles se libertaram de uma fase que me distanciou da banda. Esse perído começou com o disco Ao vivo MTV, surgido já num tempo em que a fórmula sucessos+platéia lotada+alegria demais começava a dar sinais de esgotamento.

Em Estandarte, a sensação é que a banda está mais livre e como foi definido pelos próprios, as influências vieram da própria história da banda. Ponto para eles. Disco legal, músicas suingadas, sem alegria excessiva. E, até para os que torcem o nariz para o quarteto, vale dar uma ouvida no albúm. A produção é assinada por Dudu Marote, que na década de 90 trabalhou em discos campeões de venda, inclusive O Samba Poconé, do Skank.

É nesse trabalho, que a banda volta a usar recursos eletrônicos, como fizeram muito bem no disco Maquinarama. Mesmo não seguindo temática única, as faixas do álbum não soam desconexas. enfim, o trabalho tem clima, coisa importantíssima. Entre as faixas mais legais estão Pára-raio, cuja letra é fruto de parceria com Nando Reis (ele também participa de outras letras em Estandarte); Ainda gosto dela, com participação de Negra Li e potencial para rádios, nos vocais; Assim sem fim, com um quê de britpop e Notícias do submundo.


Baixe aqui: Skank - Estandarte