sábado, 28 de junho de 2008

Notas de sábado


Show de despreparo
Vem chegando o período eleitoral e é cada vez mais crescente a quantidade de celebridades e sub-celebridades tentando galgar um cargo político. No estado de São Paulo tem Rita Cadillac e Sergio Mallandro como candidatos a vereadores. No Pernambuco, Gretchen. E por aqui Túlio Maravilha (não, ele não é irmão da Mara). Quanta paspalhice! Quanto despreparo! E eles vem com grandes chances de se elegerem. Não que o fato de serem famosos esteja ligado à incapacidade. Mas convenhamos, que o potencial aparentemente demonstrado pela maioria deles beira o nível zero. Também há desconhecidos tão despreparados quanto eles, que vão ajudar as Câmaras Municipais se tornarem picadeiros.

Temporada “tapinha nas costas”
Tal qual no Brasil, a campanha eleitoral norte-americana tem seus pontos altos de hipocrisia. Hilary atacou com força verbal Obama e vice-versa, por cerca de um ano. Agora são amiguinhos, no estilo colegas de sala de aula que fazem trabalhos juntos. Não há o que se fazer, talvez. É o jogo político, sempre igual e com sua patetices.

Pra fugir da mesmice

Gosta de esportes? Sente falta de ler coisas que não só futebol? Há opções, ainda que não muito conhecidas. Em território goiano, é das melhores a iniciativa do blog esportivo É Craque!, produzido pelo casal Bruno Félix e Lorena Rodrigues. Pautas interessantes, notícias, comentários afiados (e sem jabá) dão a tônica no espaço. Há alguns meses no ar, o blog traz boa parte de conteúdo exclusivo e interessante. O endereço é http://www.ecraque.blogspot.com/.

Ou vai ou racha
Amy Winehouse apareceu e cantou ontem em um show em homenagem a Nelson Mandela. Ela estava visivelmente melhor que costuma aparecer nos últimos meses. A cantora recebeu ultimato dos médicos para deixar as drogas ao ser internada e diagnosticada com início e enfisema pulmonar. É agora ou nunca. Agora é hora de cruzar os dedos e colocar a folha de arruda detrás da orelha.

Messias pop na web
Não sei se o tal Inri Cristo acredita mesmo em si ou se é apenas um personagem bizarro. O fato é que ele e seus seguidores andam por todos os cantos da internet e resolveram investir em vídeos para a rede. Depois do sucesso tosco de duas discípulas em versão do hit Umbrella, de Rihana, agora foi produzida uma releitura de Hotel California, do The Eagles. Como a tosquice é divertida e o gosto pelo estranho está em alta, a produção, lançada nessa semana, já é um sucesso e até o momento da postagem já foi vista 35.708 vezes. Veja abaixo e se divirta com o vídeo ultra-tosco:

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Déjà vú: Censura não é coisa do passado

O Jornal da Tarde, pertencente ao Grupo Estado, foi impedido de publicar reportagem sobre supostas irregularidades cometidas pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). A proibição ocorreu através de liminar concedida pelo juiz-substituto Ricardo Geraldo Rezende Silveira, da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo. Um advogado do Cremesp foi à Redação do jornal, ontem à noite, entregar o documento que proibia a publicação da matéria.

Que a classe médica é corporativista e se esforça pra varrer falhas para debaixo do tapete, todos sabem. A novidade é que a ela se aliem membros do Judiciário para uma decisão arbitrária e descabida como essa. Isso se justifica com uma frase dita pelo presidente do Cremesp, Henrique Carlos Gonçalves “Não é nada pessoal. É uma instituição pública que tem que manter esse status”.

É difícil encontrar um sentido lógico para a liminar. Se a reportagem contém algo fora dos padrões éticos, que isso seja julgado após a publicação. Sendo assim, a atitude do juiz configura-se em censura prévia e para ele o status do órgão parece mais importante do que qualquer outra coisa, inclusive da liberdade de imprensa.

Leia aqui, na íntegra, matéria sobre a proibição sofrida pelo Jornal da Tarde

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Goiânia: Casal Iris e a construção de uma cidade de fachada


A deputada federal goiana Iris Aráujo angariou recursos, via emenda parlamentar, para a construção de seu teto de vidro. Na verdade, o projeto se chama Casa Vidro. Trata-se de uma casa de cultura com teto em forma de cúpula, feita em vidro, a ser construída nas proximidades do Shopping Flamboyant. A deputada diz querer que a obra seja referência no paisagismo urbano na cidade e sirva para facilitar o acesso da população à cultura. Tudo isso cheira a balela.

Construir obras ostentosas de destaque visual, como a tal casa de vidro, servem para associar construções ao nome do político que as idealizam e realizam. Iris Araújo parece se inspirar no marido Iris Rezende, ávido por construir “cartões postais” na capital, vide parques ecológicos. Assim como o marido, ela parece viver a síndrome do cartão postal. Os problemas da cidade não são estéticos e sim estruturais, só o casal Iris não vê.

O projeto da deputada, que só de verba parlamentar vai consumir R$ 3 milhões, não é dos mais necessários. Como centro cultural, a construção tende a ser um desperdício. Além do mais a soma não cobre os custos da obra, que ainda terá espelho d’água e uma fonte. É bem provável que aí entrem recursos municipais, com o aval do marido prefeito.

Goiânia já tem opções para realização de eventos culturais. O que falta são ações para ocupá-los com atrações e iniciativas para levar mais público a eles. Não é preciso construir mais pontos voltados à cultura. Um exemplo disso, que vem da própria gestão irista, é o Centro Cultural Goiânia Ouro, que foi reformulado e vem sendo utilizado e administrado de maneira eficiente. Goiânia não precisa de mais elefantes brancos, a exemplo do Centro Cultural Oscar Niemeyer, inaugurado prematuramente de maneira ultra-eleitoreira por Marconi Perillo.

Seria muito mais fácil e possivelmente menos oneroso que se ocupassem outros prédios da cidade com atividades culturais, como vem sendo feito aos poucos no Centro, que carece de revitalização. A deputada Iris sofre de evidente narcisismo. Não bastassem as cirurgias plásticas que gritam em seu rosto, agora ela quer ter um “cartão postal” pra chamar de seu.

domingo, 22 de junho de 2008

Sugestão de disco: Viva La Vida Or Death And All His Friends- Coldplay


Muito se falou antes e durante o lançamento de Viva La Vida Or Death And All His Friends, o novo disco do Coldplay. Antes das gravações, Chris Martin, o vocalista, disse aos quatro ventos midiáticos que surpresas recheariam o novo trabalho da banda. Eles conseguiram, mas não é de se esperar uma grande revolução estética. Continua sendo o Coldplay, com uma pitada generosa de frescor.

Em Viva La Vida Or Death And All His Friends há espaço cativo para algumas experimentações. A banda britânica não é mais só aquele esquema piano, violão e baixo. Há mais guitarras e percussão, como em Cemeteries Of London. Um clima épico, ainda que de leve, também permeia algumas músicas. As viradas, da tranqüilidade ao vigor sonoro, aparecem em Death And All His Friends.

Na capa do disco está estampada uma tela de Eugéne Delacroix, que representa a Revolução Francesa. Destaque para as faixas Cemeteries of London, Viva La Vida, Yes e Death And All His Friends.