sábado, 12 de julho de 2008

Notas de sábado

Ponto positivo
Ainda que falha quanto à fiscalização, a chamada Lei Seca, direcionada a motoristas, está conseguindo um bom feito. Diante do temor da multa, muitos têm adotado medidas alternativas, como entregar a direção a amigos que não bebem ou voltar de táxi para casa. Trata-se de o início de uma mudança cultural, de hábitos mesmo. Tomara que a moda pegue e que esse tipo de comportamento vire um hábito.

Tragédia que gera discussão
Nessa semana, os veículos de comunicação foram tomados pelo trágico assassinato de uma criança por policiais, no Rio de Janeiro. O problema evidente que virou tema de discussão é o despreparo da segurança pública e seus policiais. Foi preciso uma tragédia para algo que estava na cara fosse debatido. O mínimo a esperar é que tudo não fique na teorização.

Inovação importante
Os novos ônibus acrescidos à frota do transporte coletivo goianiense podem não ser confortáveis como os anteriores, mas eles trazem uma novidade que constitui um avanço importante. Neles os degraus da porta do meio são móveis e através de um controle remoto operado pelos motoristas se abaixam e funcionam como elevador para quem usa cadeira de rodas poder entrar no veículo. Bom de se ver.

Cansou
Mais uma vez Paulo Ricardo anuncia a volta do RPM. Já está beirando a vergonha isso. A tentativa já foi feita e não rendeu. A banda já deu o que tinha que dar, não produz mais nada de interessante e tenta fazer uma reativação explicitamente no estilo caça níqueis. Chega! Se continuarem insistindo nisso eles vão se equiparar a Evandro Mesquita, que qause todo ano vem com a cansativa volta da Biltz com sucessos oitentistas que já esgotaram o público.

Mais revival por aí
Durante boa parte dessa década, se viveu um clima de revival anos 80, que de fato parece ter sido um tempo divertido. Mas as oitentices parecem ter cansado. O que se vê, sobretudo na internet, é um saudosismo à década de 90. Músicas, fenômenos pop e séries de TV começam a entrar em alta. Em breve uma das séries mais marcantes dessa década voltará reformulada, trata-se de Barrados no Baile. É sempre assim, nos anos 90, revivia-se os 70, nos 2000 a onda foram os 80 e assim as coisas seguem com um olho logo ali atrás no calendário.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Abaixo assinado: Contra a privação de conteúdo na internet

Está para ser aprovada uma substitutiva de lei que pretende "regulamentar" a internet brasileira. O problema é que a tal regulamentção é exagerada e trará prejuízos a quem usa a rede. O projeto do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) tem pontos positivos como a coibição de crimes de pedofilia, mas por outro lado pretende bloquear as redes P2P, as que são usadas para tranferências de arquivos , como músicas por exemplo.

A aprovação do projeto consiste em um retrocesso, que vai privar a internet, que é um ambiente democrático até então. É preciso criar meios para que se tenha responsabilidade na rede, mas não da maneira como o senador propôs.

Se você quer fazer algo para tentar impedir o ato, assine uma petição online contra a aprovação da lei substitutiva. O link é: http://www.petitiononline.com/veto2008/petition.html.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Greves: Como fazer um protesto decente


Há 10 dias os funcionários dos Correios estão em greve, como costumam fazer ao menos uma vez ao ano. Ao longo das últimas décadas criou-se uma espécie de know how para protestos e paralizações trabalhistas. Há toda uma logística e equipamentos a serem usados nesses casos.

Uma greve que se preze atualmente deve usar um trio elétrico, no qual vai tocar Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, um verdadeiro clássico do cancioneiro grevista. Deve haver também algum convênio dos sindicatos com empresas que confeccionam faixas. Não pode faltar conforto aos grevistas. Se o sol estiver forte é bom que se preparem tendas e água mineral pro pessoal que vai engrossar o couro.

Na greve dos Correios que está em curso também aqui em Goiânia, os manifestantes estão firmes debaixo das árvores da Praça Cívica. É claro que não estão sentados no chão. Há várias mesas com cadeiras, onde carteiros jogam baralho durante a tarde. Se a greve se estender é provável que serão colocados banheiros químicos, como da última vez. Fico imaginando um funcionário ao sair para a greve, avisando sua esposa.
-Vai sair amor?
- Já tô indo. Hoje eu não perco por nada essa greve. Vou levar o baralho e aqueles biscoitos que você fez. O Gilson vai levar o violão pra tocar pra gente. Se eu chegar tarde, deixe meu prato no forno. Fui.

Fazer uma manifestação trabalhista de categoria exige cuidado e uma boa divulgação. Os assessores de imprensa de sindicatos devem adorar, já que é uma época (talvez a única) em que eles têm dias agitados trabalho.
Tudo o que envolve o mundo das greves no Brasil, tem um dedo (aquele mindinho, lembra?) de nosso Presidente. Ele deve se orgulhar de seu legado ao ver Wiliam Bonner anunciar uma greve que já passa de seus 10 dias.



P.S.: Antes que alguém venha me acusar de extremista-de-direita-neoliberal-safado-servo-do-capitalismo-selvagem aviso que não sou contra prostestos e greves . Só acho que quando eles ocorrem muito frequentemente, ficam banais e industrializados, fazendo com que percam a credibilidade.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Criatividade: A arte de nomear operações da PF


Daí que a nova operação da Polícia Federal, a que prendeu Celso Pitta e Daniel Dantas, se chama Satiagraha (o significado da palavra de origem sânscrita é firmeza da verdade, mas a Globo diz que é resitência pacífica e silenciosa). A PF certamente deve ter um departamento de criação encarregado de batizar as operações realizadas. Deve ser algo bem organizado: pensa-se no conceito, cria-se uma logomarca e então começa a divulgação na imprensa, tal como é feito por empresas de comunicação que divulgam produtos e eventos.

Só pra lembrar alguns nomes de algumas operações da PF:
- Operação Hurricane: foi responsável pela prisão de bicheiros. Hurricane significa furacão em Inglês.
- Operação Morpheu: foi deflagrada para prender traficantes que atuavam como grupo de extermínio, no Rio de Janeiro. Também da mitologia grega, Morpheu é o deus dos sonhos;
- Operação Anaconda: tratou sobre negociações ilícitas entre criminosos e membros do Poder Judiciário.
- Operação Caronte: investigou crimes no INSS. Caronte é, de acordo com a mitologia grega, um barqueiro que tranportava mortos.
- Operação Gabirú: teve como alvo o desvio de verbas da merenda escolar em Alagoas. Gabirú é uma ratazana comum no Nordeste.

Tá certo que a coisa não é tão organizada e o tal departamento de criação não existe. Os nomes das operaçõs são escolhidos pelos delegados que as conduzem. A Polícia Federal mantém na internet listas com todas as operações realizadas desde 2003. O link é: http://www.dpf.gov.br/DCS/operacoes/indexop.html.

domingo, 6 de julho de 2008

Sugestão de disco: Maré - Adriana Calcanhotto


Depois de cantar temas infantis, sem a infantilidade que é comum em produções do gênero, Adriana Calcanhotto lança mais um bom disco. O novo trabalho da gaúcha está disponível desde abril, foi batizado como Maré e é a segunda parte de uma trilogia iniciada com Maritmo, de 1998.

No álbum, Adriana conta com várias presenças de artistas conhecidos. Gilberto Gil toca violão em Sargaço Mar, Marina Lima, que escreveu Três, Rodrigo Amarante (Los Hermanos) ao piano em Para Lá, Marisa Monte que faz um canto de sereia na faixa Porto Alegre e mais um monte de gente que mergulhou nas águas azuis e claras da cantora.

O disco faz juz ao nome ao seguir a maré percorrida por Adriana Calcanhotto. Há quem possa achar tranqüilo demais em uma primeira audição, mas daí em diante é que se consegue degustar os arranjos e melodias bem trabalhados no álbum. destaque para as faixas Seu Pensamento, Mulher Sem Razão, Três e Para Lá.



Baixe aqui: Maré - Adriana Calcanhotto