sábado, 10 de maio de 2008

Notas de sábado

Ministério Público no encalço de Marconi e Alcides
A ex-dupla Marconi/Alcides não está em bons lençóis perante o Ministério Público Federal. De acordo com reportagem da revista Época, há denúncias, comprovadas através de escutas telefônicas de que houveram transferência ilegal de verba para as últimas campanhas dos dois, uso de notas frias e uso de avião do Estado para viagens eleitorais de Marconi, em 2006. É esperar para ver no que vai dar e guardar mais essa informação para o histórico da dupla.

Funcionários estaduais em polvorosa
Foi grande nessa semana o estardalhaço que os jornais goianos, sobretudo o Diário da Manhã (que chegou ao descabimento de publicar por páginas a fio o documento elaborado pelo Governo, com os detalhes da famigerada reforma), fizeram em torno da reforma administrativa em Goiás. Muitos cargos se extinguirão, na tentativa de sanar parte da grande dívida do Estado. Mesmo com tal “enxugada” é visível que ainda sobrarão muitos que ocupam cargos inúteis, frutos de indicação e politicagem.

O tormento está por vir
Vem chegando na próxima semana, a Pecuária de Goiânia, que costuma render assunto, mesmo pra quem deseja evitá-los. O clima “poeira, bosta de vaca e música sertaneja no talo” vai invadir o ar. O pior fica com quem mora nas proximidades do Parque Agropecuário e durante os dias da festa não tem paz, devido ao barulho e movimento na região.

Abaixo à pieguice
Com a chegada do Dia das Mães o cheiro de pieguice toma conta do ar. Durante a semana pôde se notar artigos, sobretudo os assinados por políticos, pulbicados em jornais. Os textos que não costumam dizer nada são carregados de clichês sem graça e parecem estar ali para cumprir tabela.

Festivais biografados
Após escrever a história do Goiânia Noise Festival, quando o evento completou sua primeira década, o jornalista Pablo Kossa prepara a biografia dos primeiros 10 anos do festival Casarão, de Porto Velho (RO). Importante a iniciativa de deixar registrado em páginas de livros as histórias de eventos culturais que tem o rock como eixo. Bravo!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Caso Isabella: O povo e a disposição para o inútil

Quem acompanhou pelos noticiários a prisão do casal Nardoni, pôde ver o quanto a polícia teve dificuldades em levar o casal do apartamento para suas devidas celas. É impressionante a quantidade de pessoas que se acumularam nas proximidades do prédio onde os acusados estavam. Seria falta do que fazer? O que tanto essas pessoas queriam lá? Muitos podem dizer que foram para protestar. Protestar contra o quê? O que resta agora é aguardar os trâmites judiciais.

Seria muito mais útil se acontecessem mobilizações populares como essa em prol de causas úteis. É amedrontante e envergonhante ver tanta gente que nem um bando de zumbis, hipnotizados pelo circo midiático, entupindo uma rua onde não havia razão para tal.

A multidão presente no local perdeu uma ótima chance de ficar em casa e atrapalhou o que deveria ser uma simples operação policial. Mas eles preferiram fazer figuração para as câmeras dos telejornal e para os flashes dos fotógrafos.

domingo, 4 de maio de 2008

*Ctrl C + Ctrl V: Ronaldinho Vermelho

Era uma vez um menino humilde, o Ronaldinho, que jogava bola na rua e queria conquistar o mundo. Um dia, o menino estava deprimido, com dor no joelho e resolveu sair pelo bosque para espairecer, sair e talvez, comer um lombinho pra encher a pança.
Para garantir sua sobrevivência Ronaldinho encheu uma cesta de dinheiro e saiu em seu conversível vermelho para caçar.
No caminho encontrou um lobo travestido de ovelha. Os dois conversaram e resolveram ir o Bar e Bilhar da Vovozinha, para jogar uma partidinha.
O lobo chamou alguns colegas da alcatéia e a festinha começou. O problema é que jogar bilhar com quatro tacos, quatro caçapas e oito bolas é um tanto quanto complicado. Chega uma hora que é tanto taco e tanta bola que o jogador não sabe mais se está encaçapando ou sendo encaçapado por tabela.
Sem contar que jogo a dinheiro sempre dá briga.
Foi aí que a confusão começou. O Bar e Bilhar da Vovozinha pegou fogo. Ronaldinho Vermelho e os lobos foram parar na polícia.
Desde então, Ronaldinho, Vermelho de vergonha, está numa sinuca de bico.
Os lobos em pele de ovelha foram para a mídia e Ronaldinho foi se esconder na toca.
E o povo?
O povo continua tentando decifrar o que aconteceu no bar e bilhar. Pra saber de cada tacada, cada bolada, cada encaçapada. Tudo pra descobrir que o lobo mau traçou ou não traçou a vovozinha.


*O conto acima publicado é de autoria de Rosana Hermann, do blog Querido Leitor. Não resisti e o republico aqui. E já é, de longe, a leitura mais divertida do mês, que acaba de começar.

Sugestão de disco: Canastra – Chega de Falsas Promessas


Os cariocas da Canastra chegam com suas camisas floridas e topetes. No som, a mistura traz country, dos tempos de Johnny Cash, samba e rock. Isso dá certo? Dá sim.

Foi através desse disco, o Chega De Falsas Promessas, de 2007, que conheci o som da banda. O humor é recorrente tanto nas letras quanto nas melodias e arranjos, mas não vá pensando que eles são muito “Zé graça”. Confesso que tenho uma simpatia muito grande por bandas que têm naipe de metais (trompete, trombone, sax e afins) e isso fez o Canastra subir no conceito.
Destaque para as faixas Miss Simpatia, Chevette Vermelho, Quando Sim Quer Dizer Não e Motivo de Chacota.

Baixe aqui: Canastra – Chega de Falsas Promessas

Exploração de imagem: Dêem paz para Lucélia!


A manchete de hoje d’O Popular que diz: “Lucélia e Isabella ‘puxam’ denúncias contra crianças” é até válida, mas ao abrir tanto a versão on line quanto a impressa do diário goiano, o leitor depara-se com uma foto de Lucélia, a garota goiana vítima de tortura, sorridente na página. Não foi das melhores a idéia de ilustrar o texto com tal foto.

Fizeram da menina uma celebridade capaz de gerar pautas e mais pautas, mesmo que desnecessárias. Outro dia, a encontraram em uma reunião do PT, acompanhada de um filiado do partido que a tinha levado até o lugar, e pediram sua opinião sobre a política municipal. E assim tem sido frequentemente. Vira e mexe uma foto dela está lá estampada no jornal. Como bem alertou o amigo Augusto Diniz, no blog Consumindo Realidade, o que será de Lucélia, que está sendo acostumada com os flashes, quando pararem de procurá-la para aparecer no jornal?

É, no mínimo, triste a situação. Dêem paz à menina, logo. Será que é difícil ter esse rompante de bom senso?