quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Mercado fonográfico: Palmas para a queda livre das majors


Por décadas, as majors (grandes gravadoras) empurraram nos grandes veículos de comunicação artistas que lhe eram financeiramente convenientes. Nada contra quem gosta, mas tivemos que sobreviver à enxurradas de axé, pagode e sertanejo, com suas devidas repetições e cópias. A década de 90 foi o auge desse vai-e-vem. Mas chegaram os anos 2000, o advento da internet e essas empresas começaram a ruir.

Como é bom ver as majors, que já maltrataram nossos ouvidos e cobraram absurdos por um CD, se esfacelando. Fico bem feliz por isso e sem culpa alguma. Melhor ainda é saber que o poço em que estão caindo ainda não chegou no fim (e ao chegar ao fundo dele, podem encontrar um alçapão). O raciocínio dessas empresas parece ser inversamente proporcional à velocidade com que as informações passaram a transitar nos últimos anos, pois se houvesse criatividade e mente aberta à novas idéias, a situação para elas não estaria tão ruim.

Como é bom também ver grandes artistas, como Madonna e U2, por exemplo, pulando fora do domínio das gigantes do mercado fonográfico. Agora, no rastro de quem apostou no óbvio, como agenciar shows, a exemplo da Live Nation, que hoje tem o passe da rainha do pop para apresentações, essas ex-poderosas tentam um suspiro de sobrevivência fazendo o mesmo. Nesse caso não torço contra, pois esse é o caminho natural para o setor.

O pior da história é ver artistas, que sempre faturaram altas cifras com vendas de discos, irem a programas de TV choramingar que as vendas caíram por conta da pirataria e pedir ao público que não baixem músicas na internet. Ora bolas, quanto atraso e falta de conhecimento. O download de arquivos de música não configura crime, desde que não haja comércio.

Uma coisa é fato: artistas devem faturar com shows, como acontecia nos primórdios. O problema é que eles ficaram mal acostumados com o mercado e fecharam os olhos para a realidade de consumo na era digital. Não faltam exemplos de cantores e grupos que usaram bem as ferramentas da internet, se deram bem e vivem de sua arte, pelos palcos do mundo.

Os CDs (e até vinis) não vão deixar de existir, mas de maneira muito menos expressiva em relação a vendas. Assim funciona a economia. As mentes envelhecidas em barris de carvalho que tomaram conta do mercado fonográfico raciocinam lentamente para algo que era futuro e muito rápido se tornou presente

Um comentário:

Consumindo Realidade disse...

E eu demorei a parar de comprar cd. Gastava lamas de dinheiro com disco original. Agora o mal está no DVD, que na maioria das vezes, quando é importado, tem valores absurdos.
Os espertos se deram bem, até em ritmos adorados pela possibilidade de repetição em rádios pelas gravadoras, como o sertanejo. Bruno e Marrone são um exemplos dos que aproveitaram muito a pirataria e hoje ganham muito dinheiro. Mas artista que põe a cara na mídia para dizer que internet e disco pirata tira o sustento deles é brincadeira!