domingo, 7 de dezembro de 2008

Revival: Ser moderno é (também) ser antigo - 2


Há dois anos e dez meses escrevi um texto “Ser moderno é (também) ser antigo", que falava sobre revival na música pop. Hoje me lembrei dele ao ouvir dois discos: o EP do Cérebro Eletrônico e Japanpopshow, do Curumin. Com as músicas tive um déja vu. Nos dois discos há algo de antigo, do passado e ambos foram aclamados como alguns dos melhores álbuns do ano. Mas essa fome de passado não acontece só na música.

Na gastronomia, mesmo que não sofisticada, o fast food cansou. O cool é a slow food. Isso mesmo. Comida que leva tempo para ficar pronta. Essa que é boa em tempos corridos. O tempo da espera pelo preparo dá o tempero, assim como era feito antigamente. Nosso estômago também gosta de sabores retrôs.

A moda também vive disso. Quem acompanha desfiles e coleções vê que o mundo fashion vive de releituras. São peças inspiradas na década de 40, 50, 60, 70 e 90. Ou ainda mais longe, como no vestuário medieval ou oriental clássico.

Exemplos não param de pipocar em minha mente. O cinema está cheio deles, como refilmagens de roteiros de décadas atrás. Cinéfilos enchem a boa de saudosismo para citar e assistir e rever obras de diretores aclamados em tempos longínquos, que também inspira talentos contemporâneos que produzem para a nova geração.

Continuamos a nos encantar e nos empanturrar com o que vem do passado. Até quando isso vai durar? Pra sempre? Muito difícil saber.

Um comentário:

Consumindo Realidade disse...

Talvez faça parte do ciclo da vida. A adaptação do velho é sempre algo novo, ou algo mais antigo ainda. Mas só de haver mudança na tendência vale a pena a volta ao que já foi e volta a ser.